O QUE É PRECONCEITO LINGUÍSTICO?

28.8.11

EREM MOACYR DE ALBUQUERQUE - Textos -imagens construídos em dinâmica: O POTENCIAL DISCENTE a partir da música "AQUARELA" de Toquinho



AQUARELA- TOQUINHO

Numa folha qualquer eu desenho um sol amarelo
E com cinco ou seis retas é fácil fazer um castelo.
Corro o lápis em torno da mão e me dou uma luva,
E se faço chover, com dois riscos tenho um guarda-chuva.

Se um pinguinho de tinta cai num pedacinho azul do papel,
Num instante imagino uma linda gaivota a voar no céu.
Vai voando, contornando a imensa curva Norte e Sul,
Vou com ela, viajando, Havai, Pequim ou Istambul.
Pinto um barco a vela branco, navegando, é tanto céu e mar num beijo azul.

Entre as nuvens vem surgindo um lindo avião rosa e grená.
Tudo em volta colorindo, com suas luzes a piscar.
Basta imaginar e ele está partindo, sereno, indo,
E se a gente quiser ele vai pousar.

Numa folha qualquer eu desenho um navio de partida
Com alguns bons amigos bebendo de bem com a vida.
De uma América a outra consigo passar num segundo,
Giro um simples compasso e num círculo eu faço o mundo.

Um menino caminha e caminhando chega no muro
E ali logo em frente, a esperar pela gente, o futuro está.
E o futuro é uma astronave que tentamos pilotar,
Não tem tempo nem piedade, nem tem hora de chegar.
Sem pedir licença muda nossa vida, depois convida a rir ou chorar.

Nessa estrada não nos cabe conhecer ou ver o que virá.
O fim dela ninguém sabe bem ao certo onde vai dar.
Vamos todos numa linda passarela
De uma aquarela que um dia, enfim, descolorirá.

Numa folha qualquer eu desenho um sol amarelo (que descolorirá).
E com cinco ou seis retas é fácil fazer um castelo (que descolorirá).
Giro um simples compasso e num círculo eu faço o mundo (que descolorirá).


EREM MOACYR DE ALBUQUERQUE - PROFESSORES CONSTRUINDO TEXTOS INTERGÊNEROS

CLASSIFICADOS

Rua da Aurora, 10

Vende-se uma BIKE ultramoderna, azul metálico, com design novo, 10 marchas, num precinho que cabe no seu bolso.

Esperamos você!

Casas BAHIA

Texto das professoras Roseane e Jaqueline

EREM MOACYR DE ALBUQUERQUE - PROFESSORES CONSTRUINDO TEXTOS INTERGÊNEROS

 RECEITA: A CONSTRUÇÃO DE UMA NOVA VIVÊNCIA EM SALA DE AULA

*500 g de referências bibliográficas
* 1 xícara (chá) de entendimento
*1 texto cortado em tirinhas
*2 colheres (sopa) de conhecimento de mundo
* imagens e ideias a gosto

MODO DE PREPARO

Cozinhe as referências bibliográficas em muitas aulas criativas abundantes de imagens e ideias. Em uma nova oportunidade, aqueça o texto e refogue com semelhanças e diferenças. Use o entendimento e o conhecimento de mundo como tempero. Ponha as ideias em prática, mexa e sirva a vontade.

Professora : Carla Waleska Aguiar18-08-11

EREM MOACYR DE ALBUQUERQUE - PROFESSORES CONSTRUINDO TEXTOS INTERGÊNEROS

RECEITA: ESCOLA CONDENADA

INGREDIENTES

 10 professores doentes
1 gestora cansada
500 g de alunos desinteressados
500 g de alunos com fome
1 secretaria fechada
1 biblioteca sem livros
1 salário doentio
1 pitada de bullying

 MODO DE PREPARAR

Deixe passar mais seis meses a escola aberta nessa situação, pegue os dez professores doentes e refogue um salário doentio com umapitada de bullying. Junte todos os outros ingredientes, leve a sala de aula quente para assar por 50 minutos e terás uma ESCOLA CONDENADA.

Autoras: Professoras Kellen e Lany 18/08/11

EREM MOACYR DE ALBUQUERQUE -MEMORIAL 11-08-2011

Memorial- Gestar II
Os nossos encontros têm sido proveitosos para o crescimento profissional de todos os docentes, envolvidos neste processo de discussão de conteúdos que abordam conhecimentos linguísticos.
Hoje, vimos o quanto é necessário saber utilizar a linguagem em seus diversos contextos.
As linguagens se cruzam, se completam e se modificam acompanhando o movimento de transformação do ser humano que interage socialmente.
Por meio de debates, Nós professores compreendemos melhor os mecanismos das figuras de linguagem, o que nos permite promover atividades que facilite a aprendizagem de nossos alunos, visto que, as figuras de linguagem são elementos constantes em obras literárias e não-literárias.
Nossa expectativa é que a proposta do GESTAR II seja sempre eficaz, ajudando-nos a atingir os nossos objetivos no trabalho com nossos alunos.
Professora Lany Pereira
11/08/11

EREM MOACYR DE ALBUQUERQUE - PROFESSORES RECITANDO POEMAS DE AUTORES BRASILEIROS


EREM MOACYR DE ALBUQUERQUE - PROFESSORES RECITANDO POEMAS DE AUTORES BRASILEIROS


EREM MOACYR DE ALBUQUERQUE - PROFESSORES RECITANDO POEMAS DE AUTORES BRASILEIROS

Professor Genivaldo recitando Fernando Pessoa- O Tejo

EREM MOACYR DE ALBUQUERQUE - PROFESSORES RECITANDO POEMAS DE AUTORES BRASILEIROS

Professora Carla Waleska Aguiar Recitando Jorge de Lima

EREM MOACYR DE ALBUQUERQUE - PROFESSORES ANALISANDO AS SEQUENCIAS TIPOLÓGICAS


EREM MOACYR DE ALBUQUERQUE -MEMORIAL 28-07-2011

Quantas linhas são necessárias para relatar um caminho sinuoso por experiências com a língua portuguesa? Espero que não poucas. Mas escrevo a segunda experiência com o Gestar em poucas linhas.  No entanto, é impossível escrever/fazer esse caminho, repleto de experiências, sozinha. Só compartilhando a investigação com colegas educadores para trazer a concentração e o entendimento de que preciso. No vagão onde entrei, onde embarcamos desde o primeiro dia do GESTAR 2, surgiram perguntas, dúvidas, questionamentos... E gradativamente eles serão derrubados e contornados. Achei o vagão aconchegante e a estrada bem proveitosa. Desde então nutro o desejo de absorver mais. De onde estou consigo ver o modelo tradicional de ensino- aprendizagem. Tantas vezes frequentado... Comecei a sair desse modelo há pouco tempo. Agora, Carla, já tem 23 anos de carreira no ensino- aprendizagem. E não me vejo resistente ao conhecimento. O que me traz muitas possibilidades agradáveis. Mas, não me deixando tornar um clichê, no dia 28 de julho, tive a certeza de que tudo que estava acontecendo, mudaria o rumo intertextual do meu aprendizado. Eu sou dona de minhas possibilidades. E essa análise de material para a melhoria da construção do conhecimento gera sadias expectativas no âmbito profissional. Comecei a usá- lo e me deleitei.
      Hoje, falamos sobre a intertextualidade.

27.8.11


Relatório de Aplicação de Atividade

Texto: A estranha  passageira
Série: 9º Ano
Escola  Frei Jaboatão

Sugerir aos alunos uma leitura silenciosa do texto e pedir-lhes que não revelassem suas descobertas até que todos tenham chegado a uma conclusão. Só depois que tivessem respondido  às questões propostas, dar início ao debate, apresentando suas sugestões, como também uma roda de discussão livre para que os alunos troquem impressões sobre o texto, depois pedir que escrevessem um parágrafo expondo o que entenderam da linha de pensamento do autor, criticando a posição assumida no texto, propondo assim, um novo final para a história lida, apresentando sugestões para o problema enfocado ou ainda mencionando o que fariam ou como se sentiriam vivendo a situação em que se envolveram as personagens.
Também acrescentei algumas perguntas  referentes ao texto:
1)    Quantas perguntas fez “ a estranha passageira”
2)    Qual a conclusão que você tirou
3)    Como reagiu o homem diante da “ estranha passageira”
4)    O que a ignorância da passageira causou no ambiente
5)    Quais as personagens do texto
6)    Essa história pode ser real¿ Por que¿

Em síntese, não encontrei dificuldades na aplicação da atividade, ao contrário foi bastante proveitoso para o aprendizado dos alunos. E eles gostaram bastante. Utilizei a TP1 para realização dessa atividade.

Silvia Queiroz
Escola Frei Jaboatão
Pólo da Escola Técnica Maximiniano Campos

MEMORIAL - GESTAR


O nosso 3º encontro do Gestar II foi maravilhoso. No primeiro momento houve uma leitura deleite sobre o livro “A troca”, de Lygia Bojunga, abordando o poder a leitura em sua vida cotidiana. Fizemos uma reflexão e depois discutimos em torno do texto.
Depois assistimos ao vídeo “O Brasil das Placas”. Assaltaram a gramática! Uma realidade ainda marcante em nosso país e mais algumas discussões sobre o tema abordado naquele encontro.  Em seguida teve um intervalo. Logo depois, assistimos aos slides referentes a gramática, onde foram abordadas algumas perguntas para nossa reflexão e opinião. E assim, escrevemos e posteriormente fizemos as socializações.
Trabalhamos também com a  TP2 e AAA2 , basicamente as unidades 5 e 6, para análise de temáticas  e atividades. Após  mais algumas reflexões com o grande grupo, tivemos mais uma leitura. A formadora Alexsandra nos pediu que aplicássemos uma atividade nas nossas salas de aula para que no próximo  encontro apresentássemos um relatório. E aí, mais uma tarefinha de casa!
Chegando ao término do nosso 3ºencontro, tivemos outra leitura deleite que Alexsandra leu acerca “O valor da Pontuação”. E mais reflexões!
Com certeza, fiquei ansiosa para  nosso próximo encontro.

Silvia Queiroz
Escola Frei Jaboatão
Polo da Escola Técnica Maximiniano Campos

25.8.11

JOSÉ / UM NOVO JOSÉ




Carlos Drummond de Andrade

ESCUTE     http://www.youtube.com/watch?v=yUo-decrEmo


UM NOVO JOSÉ


JOSÉ

E agora, josé?
A festa acabou,
A luz apagou,
O povo sumiu,
A noite esfriou,
E agora, josé?
E agora, você?
Você que é sem nome,
Que zomba dos outros,
Você que faz versos,
Que ama, protesta?
E agora, josé?
Está sem mulher,
Está sem carinho,
Está sem discurso,
Já não pode beber,
Já não pode fumar,
Cuspir já não pode,
A noite esfriou,
O dia não veio,
O bonde não veio,
O riso não veio
Não veio a utopia
E tudo acabou
E tudo fugiu
E tudo mofou,
E agora, josé?
Sua doce palavra,
Seu instante de febre,
Sua gula e jejum,
Sua biblioteca,
Sua lavra de ouro,
Seu terno de vidro,
Sua incoerência,
Seu ódio - e agora?
Com a chave na mão
Quer abrir a porta,
Não existe porta;
Quer morrer no mar,
Mas o mar secou;
Quer ir para minas,
Minas não há mais.
José, e agora?
Se você gritasse,
Se você gemesse,
Se você tocasse
A valsa vienense,
Se você dormisse,
Se você cansasse,
Se você morresse...
Mas você não morre,
Você é duro, josé!
Sozinho no escuro
Qual bicho-do-mato,
Sem teogonia,
Sem parede nua
Para se encostar,
Sem cavalo preto
Que fuja a galope,
Você marcha, josé!
José, para onde?
Você marcha José, José para onde?
Marcha José, José para onde?
José para onde?
Para onde?
E agora José?
José para onde?
E agora José?
Para onde?


-São Paulo-

Calma, José.
A festa não recomeçou,
A luz não acendeu.
A noite não esquentou,
O Malan não amoleceu.
Mas se voltar a perguntar:
E agora, José?
Diga: ora, Drummond,
Agora Camdessus.
Continua sem mulher,
Continua sem discurso,
Continua sem carinho,
Ainda não pode beber,
Ainda não pode fumar,
Cuspir ainda não pode,
A noite ainda é fria,
O dia ainda não veio,
Não veio ainda a utopia,
O Malan tem miopia,
Se voltar a pergunta,
E agora, José?
Diga: ora, Drummond,
Por que tanta dúvida?



Mas nem tudo acabou,
Nem tudo fugiu,
Nem tudo mofou.
Se voltar a pergunta,
E agora, José?
Diga: ora, Drummond,
Agora FMI
Se você gritasse,
Se você gemesse,
Se você dormisse,
Se você cansasse,
Se você morresse...
O Malan nada faria,
Mas já há quem faça.

Ainda só, no escuro,
Qual bicho do mato,
Ainda se teogonia,
Ainda sem parede nua,
Para se encostar,
Ainda sem cavalo preto,
Que fuja a galope,
Você ainda marcha, José!
Elementar, elementar,
Sigo pra Washington
E, por favor, poeta,
Não me chame de José.
Me chame de Joseph.



    
de Josias de Souza. Fonte: FOLH DE SÃO PAULO. Caderno 1, p.2 – opinião, 04/10/1999.


Esse texto dialoga com o poema de Carlos Drummond de Andrade sem citar a fonte. Nesse caso, se o interlocutor não conhecer uma série de elementos do poema de Drummond "E agora, José ?" comprometerá a construção do sentido do texto. O texto de Josias de Souza foi produzido na forma de poema, mas com função de artigo de opinião. Nesse texto, existem a intergenericidade e a intertextualidade. Há duas funções sobrepostas e dois gêneros que se mesclam: poema e artigo de opinião.

TRABALHANDO COM TEXTOS DA TP3

CONSTRUÇÃO - CHICO BUARQUE DE HOLANDA
http://www.youtube.com/watch?v=P7mHf-UCZp0



OPERÁRIO EM CONSTRUÇÃO

Era ele que erguia casas
Onde antes só  havia chão.
Como um pássaro sem asas
Ele subia com as asas
Que lhe brotavam da mão.
Mas tudo desconhecia
De sua grande missão:
Nao sabia por exemplo
Que a casa de um homem e' um templo
Um templo sem religião
Como tampouco sabia
Que a casa quer ele fazia
Sendo a sua liberdade
Era a sua escravidão.

De fato como podia
Um operário em construção
Compreender porque um tijolo
Valia mais do que um pão?
Tijolos ele empilhava
Com pá, cimento e esquadria
Quanto ao pão, ele o comia
Mas fosse comer tijolo!
E assim o operário ia
Com sour e com cimento
Erguendo uma casa aqui
Adiante um apartamento

Alem uma igreja, à frente
Um quatel e uma prisão:
Prisão de que sofreria
Nao fosse eventuialmente
Um operário em contrucão.
Mas ele desconhecia
Esse fato extraordinário:
Que o operário faz a coisa
E a coisa faz o operário.
De forma que, certo dia
À mesa, ao cortar o pão
O operário foi tomado
De uma subita emoção
Ao constatar assombrado
Que tudo naquela mesa
- Garrafa, prato, facão
Era ele quem fazia
Ele, um humilde operário
Um operario em construção.
Olhou em torno: a gamela
Banco, enxerga, caldeirão
Vidro, parede, janela
Casa, cidade, nação!
Tudo, tudo o que existia
Era ele quem os fazia
Ele, um humilde operário
Um operário que sabia
Exercer a profissão.

Ah, homens de pensamento
Nao sabereis nunca o quanto
Aquele humilde operário
Soube naquele momento
Naquela casa vazia
Que ele mesmo levantara
Um mundo novo nascia
De que sequer suspeitava.
O operário emocionado
Olhou sua propria mao
Sua rude mão de operário
De operário em construção
E olhando bem para ela
Teve um segundo a impressão
De que nao havia no mundo
Coisa que fosse mais bela.

Foi dentro dessa compreensão
Desse instante solitário
Que, tal sua construção
Cresceu tambem o operário
Cresceu em alto e profundo
Em largo e no coração
E como tudo que cresce
Ele nao cresceu em vão
Pois alem do que sabia
- Excercer a profissão -
O operário adquiriu
Uma nova dimensão:
A dimensão da poesia.

E um fato novo se viu
Que a todos admirava:
O que o operário dizia
Outro operário escutava.
E foi assim que o operário
Do edificio em construção
Que sempre dizia "sim"
Comecam a dizer "não"
E aprendeu a notar coisas
A que nao dava atenção:
Notou que sua marmita
Era o prato do patrão
Que sua cerveja preta
Era o uisque do patrão
Que seu macacão de zuarte
Era o terno do patrão
Que o casebre onde morava
Era a mansão do patrão
Que seus dois pes andarilhjos
Eram as rodas do patrão
Que a dureza do seu dia
Era a noite do patrão
Que sua imensa fadiga
Era amiga do patrão.

E o operário disse: Não!
E o operário fez-se forte
Na sua resolução

Como era de se esperar
As bocas da delação
Comecaram a dizer coisas
Aos ouvidos do patrão
Mas o patrão nao queria
Nenhuma preocupação.
- "Convencam-no" do contrário
Disse ele sobre o operário
E ao dizer isto sorria.

Dia seguinte o operário
Ao sair da construção
Viu-se subito cercado
Dos homens da delação
E sofreu por destinado
Sua primeira agressão
Teve seu rosto cuspido
Teve seu braço quebrado
Mas quando foi perguntado
O operário disse: Não!

Em vao sofrera o operário
Sua primeira agressão
Muitas outras seguiram
Muitas outras seguirão
Porem, por imprescindivel
Ao edificio em construção
Seu trabalho prosseguia
E todo o seu sofrimento
Misturava-se ao cimento
Da construção que crescia.

Sentindo que a violência
Nao dobraria o operário
Um dia tentou o patrão
Dobra-lo de modo contrário
De sorte que o foi levando
Ao alto da construção
E num momento de tempo
Mostrou-lhe toda a região
E apontando-a ao operário
Fez-lhe esta declaração:
- Dar-te-ei todo esse poder
E a sua satisfação
Porque a mim me foi entregue
E dou-o a quem quiser.
Dou-te tempo de lazer
Dou-te tempo de mulher
Portanto, tudo o que ver
Sera' teu se me adorares
E, ainda mais, se abandonares
O que te faz dizer não.

Disse e fitou o operário
Que olhava e refletia
Mas o que via o operário
O patrão nunca veria
O operário via casas
E dentro das estruturas
Via coisas, objetos
Produtos, manufaturas.
Via tudo o que fazia
O lucro do seu patrão
E em cada coisa que via
Misteriosamente havia
A marca de sua mão.
E o operário disse: Não!

- Loucura! - gritou o patrão
Nao ves o que te dou eu?
- Mentira! - disse o operário
Nao podes dar-me o que e' meu.

E um grande silêncio fez-se
Dentro do seu coração
Um silêncio de martirios
Um silêncio de prisão.
Um siêncio povoado
De pedidos de perdão
Um silencio apavorado
Com o medo em solidão
Um silêncio de torturas
E gritos de maldição
Um silêncio de fraturas
A se arratarem no chão
E o operário ouviu a voz
De todos os seus irmãos
Os seus irmãos que morreram
Por outros que viverão
Uma esperanca sincera
Cresceu no seu coração
E dentro da tarde mansa
Agigantou-se a razão
De um homem pobre e esquecido
Razao porem que fizera
Em operário construido
O operário em construção

Vinicius de Moares - Antologia poética

ENCONTRO DO DIA 25-08-2011 ESCOLA DES. JOSÉ NEVES FILHO










MEMORIAL POLO ESCOLA DES. JOSÉ NEVES FILHO

MEMORIAL
Gostaria de começar esta narrativa com os registros que mais dialogam com o presente gênero textual: fotografias. Nada melhor que imagens para comprovar  nossas vivências e impedir que os lapsos de nossa memória as pulverizem. Na impossibilidade da apresentação imagética material, palpável, visível, possibilitada pela tecnologia, restam-me as representações mentais dos momentos mais significativos da tarde de 18.08.2011. Aprendi há muito pouco tempo que uma imagem é um pedaço de uma história que ficou congelada no tempo e toda ela tem um antes e um depois. Aprendi também, não recentemente, que todas as histórias possuem memórias e, num percurso inverso, todas as memórias têm histórias. No presente memorial, pretendo recuperar algumas imagens e histórias que se congelaram em minha “memória interna”, as quais me transportam para a Escola Estadual Des. José Neves Filho.
Para usar de sinceridade, estive muito propensa, por uma série de motivos, a não ir para a formação de Língua Portuguesa, cujos encontros acontecem naquela escola. Como no encontro anterior um colega professor animara a sala com suas “tiradas” bastante engraçadas e coubera a ele a tarefa de fazer o memorial do dia, optei por não faltar à formação. Frustração! O colega não estava presente e todos nós terminamos ficando no aguardo do registro de uma ocorrência linguística bastante interessante relativa a umas setas constantes em placas indicativas do trânsito da cidade do Cabo de Santo Agostinho.
A formadora Cristiane iniciou os trabalhos da tarde com a conferência das atividades de casa, enquanto o prof. Assis tentava ajustar os recursos tecnológicos para a recepção das mídias contendo material didático complementar dos cadernos de teoria e prática. Durante os comentários, tive a oportunidade de relembrar momentos marcantes de minha juventude, quando neste país vivia-se a Ditadura Militar, situação política que se vivia no Brasil concomitantemente aos movimentos musicais da Jovem Guarda e do Tropicalismo. Senti-me um verdadeiro “arquivo vivo” durante aquele momento de interação.
Vi então, naquele momento, a chegada de uma bandeja com café e “bolacha pedagógica”, esta última presença marcante em qualquer formação de professores. É a famosa dupla a que denomino “Cracker e Maria – os bem-casados”. Já fiquei ansiosa para tomar o café, mas controlei a vontade, pois o professor dera início a uma atividade de reconhecimento das figuras de linguagem e não poderia, é lógico, sofrer interrupção. Apresentei neste momento minhas dúvidas relativamente à frase que recebi para analisar (marcada com uma estrela), impasse que fora interrompido por outro e, claro, duas imagens a serem congeladas. A primeira tem direito a resgate. A outra, não, em nome da ética e da harmonia, da experiência e da irmandade, em nome da tolerância e do perdão, em nome da casa do outro, enfim, deve ser congelada mesmo.
A formação teve continuidade com leituras e comentários, mesmo estando a sala meio esvaziada de professores. Foi então que descobri a razão da estrela no papel que havia recebido: a incumbência de fazer este memorial, gênero textual através do qual não só o passado emerge, misturando-se com as percepções sobre o presente, como também desloca esse conjunto de impressões construídas pela interação do presente com o passado, que passam a ocupar todo o espaço da onisciência, no dizer de Ecléa Bosi (1979)
Profª. Ana Lúcia da Silva Cabral de Mendonça
Jaboatão, 18/08/2011.

Quintal de Xananas da professora Clarice – Parnaíba-PI.
A memória é um dos dons que Deus nos dá para podermos avaliar a verdadeira dimensão de nossa vida.
              Ana Lúcia S. C. Mendonça    

RELATÓRIO


   A aplicação do Avançando na Prática, proposto na unidade 1 do TP1, aconteceu na 8ª série A da Escola Estadual Alice Vilar de Aquino. Como o objetivo da atividade consistia em entender a noção de gírias, procurou-se produzir dicionários que expressassem o vocabulário típico dos adolescentes.
   As atividades aconteceram em três etapas durante 03 aulas de Língua Portuguesa. Na primeira etapa, cópias de textos, apresentando gírias, foram disponibilizadas. Solicitou-se aos alunos que identificassem, nos textos, os termos considerados gírias. Percebeu-se, através dos comentários, que a turma  sentiu dificuldades para entender algumas gírias e reconhecê - las como pertencentes a determinados grupos sociais.
   No segundo momento, os alunos, em pequenos grupos, com o auxílio de dicionários de língua portuguesa, elaboraram  dicionários do vocabulário típico dos adolescentes, definindo o significado dos termos e das expressões utilizadas por eles no dia a dia. Em seguida, as equipes explicaram, oralmente, em quais situações de comunicação tais gírias poderiam ser usadas adequadamente: “na escola, com os colegas”, “no Orkut”, “somente entre os amigos”, etc.
   Na última etapa, solicitou-se aos grupos que produzissem diálogos, para serem dramatizados, cujo contexto apresentasse falhas de comunicação entre os interlocutores por causa de uma determinada gíria utilizada. Na sequência, os alunos encenaram os textos e finalizaram, dando suas opiniões e sugestões sobre as apresentações de cada equipe.     
Cursista: Bernadelle Charlene de Souza
Escola Alice Vilar
Polo da Escola Técnica Maximiniano Campos

SINTESE DO ARTIGO DE IRANDÉ ANTUNES


TRABALHO E EXPLORAÇÃO DA LEITURA

A atividade de leitura é uma complementação da escrita. Devido a isso, a leitura deve ser considerada uma atividade que permite a interação entre sujeitos, supondo mais do que o simples decodificar de sinais gráficos. É necessário, portanto que o leitor tenha capacidade de recuperar o conteúdo do texto, interpretando e assim compreendendo as intenções pretendidas pelo autor.

Os elementos gráficos são de fundamental importância para a interpretação textual. Tais elementos funcionam como instruções do autor para a descoberta, por parte do leitor, das significações contidas no texto. Desse modo o leitor é capaz de elaborar suas hipóteses e tirar suas conclusões.

É necessário entender que tais instruções não são as únicas responsáveis para o entendimento do texto. A maior porção de tudo que é apreendido num texto faz parte de um conhecimento prévio. É por isso que muitos alunos têm tanta dificuldade na hora de interpretar certos textos, pois são privados da informação necessária para a compreensão dos tais.

Irandé Antunes (2003, pg. 68) dá um exemplo a respeito disto:
Há alguns anos atrás circulou um texto que fazia propaganda do Carnaval de Pernambuco onde se dizia:

Carnaval de Pernambuco: o melhor do Brasil. Do Galo ao Bacalhau.    

Irandé Antunes(2003) afirma que certamente, quem não tivesse conhecimento da existência de dois blocos carnavalescos, “O Galo da Madrugada” e “O Bacalhau do Batata”, os quais respectivamente, iniciam e fecham os dias do carnaval no Recife e Olinda, não teria condições de entender o anúncio. Mesmo que consultasse uma gramática de português ou um dicionário, no mínimo chegaria à conclusão que se tratava de aspectos gastronômicos daquela região. Somente o conhecimento daquelas informações poderia proporcionar uma interpretação correta desse anúncio.

A leitura favorece ao leitor a possibilidade de adquirir novos conceitos e dados, permitindo assim que seu repertório de informação acerca das coisas, das pessoas, do mundo em geral seja ampliado.

Cursista: Thiago Araújo
Escola Bernardo Vieira
Polo da Escola Técnica Maximiniano Campos