O QUE É PRECONCEITO LINGUÍSTICO?

25.8.11

MEMORIAL POLO ESCOLA DES. JOSÉ NEVES FILHO

MEMORIAL
Gostaria de começar esta narrativa com os registros que mais dialogam com o presente gênero textual: fotografias. Nada melhor que imagens para comprovar  nossas vivências e impedir que os lapsos de nossa memória as pulverizem. Na impossibilidade da apresentação imagética material, palpável, visível, possibilitada pela tecnologia, restam-me as representações mentais dos momentos mais significativos da tarde de 18.08.2011. Aprendi há muito pouco tempo que uma imagem é um pedaço de uma história que ficou congelada no tempo e toda ela tem um antes e um depois. Aprendi também, não recentemente, que todas as histórias possuem memórias e, num percurso inverso, todas as memórias têm histórias. No presente memorial, pretendo recuperar algumas imagens e histórias que se congelaram em minha “memória interna”, as quais me transportam para a Escola Estadual Des. José Neves Filho.
Para usar de sinceridade, estive muito propensa, por uma série de motivos, a não ir para a formação de Língua Portuguesa, cujos encontros acontecem naquela escola. Como no encontro anterior um colega professor animara a sala com suas “tiradas” bastante engraçadas e coubera a ele a tarefa de fazer o memorial do dia, optei por não faltar à formação. Frustração! O colega não estava presente e todos nós terminamos ficando no aguardo do registro de uma ocorrência linguística bastante interessante relativa a umas setas constantes em placas indicativas do trânsito da cidade do Cabo de Santo Agostinho.
A formadora Cristiane iniciou os trabalhos da tarde com a conferência das atividades de casa, enquanto o prof. Assis tentava ajustar os recursos tecnológicos para a recepção das mídias contendo material didático complementar dos cadernos de teoria e prática. Durante os comentários, tive a oportunidade de relembrar momentos marcantes de minha juventude, quando neste país vivia-se a Ditadura Militar, situação política que se vivia no Brasil concomitantemente aos movimentos musicais da Jovem Guarda e do Tropicalismo. Senti-me um verdadeiro “arquivo vivo” durante aquele momento de interação.
Vi então, naquele momento, a chegada de uma bandeja com café e “bolacha pedagógica”, esta última presença marcante em qualquer formação de professores. É a famosa dupla a que denomino “Cracker e Maria – os bem-casados”. Já fiquei ansiosa para tomar o café, mas controlei a vontade, pois o professor dera início a uma atividade de reconhecimento das figuras de linguagem e não poderia, é lógico, sofrer interrupção. Apresentei neste momento minhas dúvidas relativamente à frase que recebi para analisar (marcada com uma estrela), impasse que fora interrompido por outro e, claro, duas imagens a serem congeladas. A primeira tem direito a resgate. A outra, não, em nome da ética e da harmonia, da experiência e da irmandade, em nome da tolerância e do perdão, em nome da casa do outro, enfim, deve ser congelada mesmo.
A formação teve continuidade com leituras e comentários, mesmo estando a sala meio esvaziada de professores. Foi então que descobri a razão da estrela no papel que havia recebido: a incumbência de fazer este memorial, gênero textual através do qual não só o passado emerge, misturando-se com as percepções sobre o presente, como também desloca esse conjunto de impressões construídas pela interação do presente com o passado, que passam a ocupar todo o espaço da onisciência, no dizer de Ecléa Bosi (1979)
Profª. Ana Lúcia da Silva Cabral de Mendonça
Jaboatão, 18/08/2011.

Quintal de Xananas da professora Clarice – Parnaíba-PI.
A memória é um dos dons que Deus nos dá para podermos avaliar a verdadeira dimensão de nossa vida.
              Ana Lúcia S. C. Mendonça    

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