O QUE É PRECONCEITO LINGUÍSTICO?

13.10.11

PÓLO ESCOLA DES JOSÉ NEVES FILHO DIA 08/10/2011

COERÊNCIA TEXTUAL



COERÊNCIA
Relações lógicas no texto
Pela coerência textual, o leitor/ouvinte (re)constrói um mundo textual, representa uma leitura possível do mundo real. Não precisa coincidir com a versão estabelecida do mundo real, tal como o conhecemos: o importante é que, também nesse mundo textual, as relações de sentido tenham coerência, façam sentido.
A coerência pode ser definida como um princípio de interpretabilidade decorrente da capacidade do texto de agir como unidade, remetendo a um sentido global. A coesão é o conjunto de interligações que os elementos lingüísticos de um texto apresentam de modo a construir um mundo textual coerente.
Pode-se dizer, por isso, que a coerência estabelece a harmonia do texto com o mundo exterior; a coesão é uma construção harmoniosa entre as relações de sentido internas ao texto.
Um texto, para produzir sentidos, deve fornecer informações adequadas para que o leitor/ouvinte seja capaz de construir uma representação coerente do mundo textual, ativando conhecimentos prévios ou chegando a algumas conclusões a respeito do conjunto de informações lingüisticamente organizadas.
O reconhecimento de que tipo de relações lógicas tais informações estabelecem depende do reconhecimento de como as marcas, ou pistas, sobre essas relações estão organizadas no texto.
Tivemos a oportunidade de ver que coerência é a possibilidade de atribuir uma continuidade de sentidos ao texto, na sua relação com o mundo e com as experiências prévias dos interlocutores.
Um texto, em geral, se constrói a partir de informações sobre o tema escolhido e sobre relações lógicas que buscam o fio condutor da coerência das idéias entre si e com a situação em que é produzido.
Muitas das informações nem precisam ser explicitadas porque decorrem de idéias já expressas no texto. Pelas relações lógicas recuperam-se tais significados implícitos.
Na relação de hiponímia reconhecemos a abrangência de sentidos dos conceitos e idéias, estabelecendo a hierarquia ou subordinação dos elementos, hipônimos.
Sua contrapartida é a hiperonímia, que focaliza a superordenação dos elementos de uma classe, os hiperônimos.
Relações de condição e de conclusão também marcam a construção de significados implícitos.
A língua dispõe de variados recursos para marcar as relações lógicas que constituem a textualidade e funcionam como “pistas” para a depreensão dos implícitos. As orientações para uma correta interpretação das relações lógicas são parte das relações de coesão e coerência de um texto.
Como o conhecimento partilhado pelos interlocutores e as finalidades comunicativas são fatores decisivos para marcar essas orientações, os gêneros textuais são relevantes na construção lógica do texto – e na conseqüente busca de coerência.
A flexibilidade nas marcas lingüísticas dessas relações está intimamente relacionada ao gênero. Em geral, textos que exploram mais a linguagem poética exigem menor articulação entre as relações lógicas; textos que objetivam maior grau de “cientificidade” fundamentam-se em fortes relações lógicas.

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